[André Breder, que, pra quem não sabe, também publica seus textos em sites como o Retrobits e o NES Archive, traz mais uma pastilha de nostalgia para os "velhos" e conhecimento para a nova geração de jogadores. Curta mais este inspirado texto do rapaz, porque depois só na segunda que vem!] Na metade dos anos 80 a SEGA apresentou ao mundo o personagem que passaria então a ser seu mascote, até ser “destronado” por Sonic em 1991. Trata-se de Alex Kidd, um jovem treinado em artes marcias e que possui grande força em seus punhos, sendo capaz de destruir rochas com um único golpe. Numa época em que o mundo havia ficado maravilhado com o encanador da Nintendo, Alex Kidd teve a difícil missão de suprir as necessidades dos usuários do Master System em relação a um jogo de igual qualidade, originalidade e diversão.
Após Super Mario Bros, era comum que grande parte dos jogos que seguissem o gênero Ação/Plataforma fossem quase que um mera cópia da grande obra de Shigeru Miyamoto. Mas o produtores de Alex Kidd in Miracle World não pretendiam copiar Mario, e sim criar um jogo que fosse original e que trouxesse boas novidades aos jogadores. E eles conseguiram isso, criando um jogo com uma jogabilidade totalmente diferente de Mario, “power ups” próprios e estágios bem diversificados e originais.
Até a história do jogo é bacana! Após algum tempo afastado de sua terra natal, o príncipe Alex descobre que um terrível vilão chamado Janken The Great sequestrou seu irmão gêmeo e está causando sérios problemas em seu reino. Como um verdadeiro herói, Alex deve passar por diversos perigos até poder enfrentar Janken e vencê-lo, salvando sua família e seu povo.
» Dinheiro não é tudo, mas é 100%!
Diferente dos demais jogos de plataforma, em Alex Kidd in Miracle World não há itens como estrelas ou moedas para se juntar, conseguindo assim uma vida extra após certo número de itens coletados. Ao invés disso o jogador pode ir acumulando dinheiro, que no jogo é representado por sacos. Com o dinheiro é possível a compra de diversos itens especiais nas lojas que são encontradas no decorrer da aventura, bem como a aquisição de veículos diversos, como uma moto super-veloz e um mini-helicóptero, e até mesmo vidas extras. Mas não somente nas lojas existem tais itens especiais, sendo que muitos deles também podem ser encontrados durantes as fases, muitos deles escondidos em blocos marcados com um ponto de interrogação (não dá pra ser original em tudo, né). Só que tais blocos também podem esconder um inimigo, semelhante a um fantasma ou coisa do tipo, que pode matar Alex. A questão de se arriscar ou não, fica por conta da decisão pessoal de cada jogador.
» Pedra, Papel e TesouraOutro ponto que diferencia Alex Kidd in Miracle World dos demais jogos do gênero é a forma como nele são derrotados os principais chefões do jogo. Há chefões clássicos, onde Alex tem que usar apenas os seus poderosos punhos, mas os principais vão exigir mais do que força bruta. Alguns dos vilões do jogo só são derrotados ao perderem uma partida de JAN-KEN-PÔ. Muito popular no Japão, esta brincadeira consiste em optar por pedra, papel ou tesoura antes da música terminar, quando então ambos os jogadores mostram suas escolhas, determinando assim de maneira lógica quem sai vitorioso. Pedra ganha de tesoura, que ganha de papel, que ganha de pedra. Nas fases finais ainda será necessário dar alguns socos na cabeça dos vilões para que os mesmos sejam completamente derrotados. Old-school é isso aí.
» Gráficos, Efeitos e Trilha SonoraOs gráficos de Alex Kidd in Miracle World são simples, mas muito bem feitos. Os cenários são bem diversificados e detalhados, e as cores do jogo são empregadas com propriedade, dando o melhor visual possível para o jogo. Os desenhos dos personagens e inimigos de Alex são também bem feitos, superando em muito os jogos lançados na mesma época.
Os efeitos sonoros são bem legais e seguem a tradição de serem levemente infantis. Algo bastante comum nos jogos do gênero Ação/Plataforma lançados nos anos 80. A trilha sonora é bem curta, com poucas músicas. Isso faz com que um mesmo tema acabe se repetindo muito durante toda a aventura. Mas a qualidade das músicas é tamanha, que mesmo sendo repetidas várias e várias vezes, elas não costumam enjoar os jogadores. Quem viveu este jogo na época em que ele foi lançado, com certeza tem até hoje o tema principal em sua memória, mesmo depois de mais de 20 anos!
» JogabilidadeA jogabilidade não é tão precisa, mas também não é um completo desastre. Em diversos momentos é necessário fazer um “cálculo” mental para saber onde Alex vai cair depois de um salto. É bastante comum morrer tocando um inimigo logo depois de um salto, ou mesmo acabar caindo em um rio de lava, por exemplo. Mas mesmo com uma jogabilidade um pouco defeituosa, basta algum tempo de jogatina para se acostumar com os controles e comandos do jogo, e então passar a errar bem menos. Há dois comandos básicos referentes aos botões: pular e socar, ambos sendo executados de forma precisa e rápida. A jogabilidade também varia um pouco de acordo com o tipo de estágio em que o jogador está (como nas fases aquáticas, por exemplo) ou com o tipo de veículo que esteja sob o controle de Alex.
» DificuldadeAlex Kidd in Miracle World começa até bem fácil, de certa maneira, mas a dificuldade do jogo vai aumentando de modo gradativo a cada nova fase. Os inimigos são bem variados e alguns dão realmente um certo trabalho aos jogadores. Alguns cenários são um pouco complicados para serem explorados e até mesmo alguns chefes exigem um boa habilidade dos jogadores em relação aos controles e comandos do jogo. Alex não tem barra de energia, ou seja, basta um simples “esbarrão” nos inimigos para morrer. Não é um jogo impossível, mas se formos compará-lo com os demais jogos do gênero lançados posteriormente para o Master System, Alex Kidd in Miracle World trazia um desafio bem grande até para a época em que foi lançado.
» ConclusãoOutros jogos foram estrelados por Alex Kidd, mas com certeza nenhum foi tão marcante para toda uma legião de jogadores quanto a aventura em Miracle World. Mesmo hoje sendo um personagem extinto no mundo dos games, Alex sempre terá seu espaço reservado na mente e no coração dos retro-gamers de todo o mundo, que ainda passam horas se divertindo com este simpático personagem.
Parece meu amigo do serviço o Leandro, shuahsuha igualzinho xD
Sex Ago 22, 2008 1:01 pm por Tûrk